15 junho 2010

Lugar de bandido NÃO é atrás das grades

A pena de morte para crimes civis foi aplicada pela última vez no Brasil em 1876 e não é utilizada oficialmente desde a Proclamação da República, em 1889. Ainda é aplicada em muitos países, inclusive em nações consideradas desenvolvidas, embora seja mal vista por uma legião de opositores.

Todos aqueles que criticam a punição que é feita através do extermínio da vida d’um ser determinado culpado, utilizam do mesmíssimo argumento para defender a sua opinião avessa ao ato. São pessoas dotadas de um ideal disfarçado, que só é justificável, teoricamente falando. Alguém que diz que a solução está na ressocialização é porque ainda não teve um ente querido assassinado de forma covarde, fria e truculenta. A falácia da ressocialização desse indivíduo diante de nosso sistema prisional falido é apenas uma peça de retórica para defesa das teses dos advogados dos direitos humanos dos criminosos.

A questão da religião também é bastante enfatizada. Muitas doutrinas pregam que o Deus das mesmas, não permite, em momento algum, que uma pessoa tire a vida da outra, pois sempre deve haver uma segunda chance, que o pecado é humano, mas que um assassino tem a possibilidade ser perdoado, caso esteja arrependido. Tais palavras podem soar lindamente sinceras e repletas de razão, mas basta fazer uma interrogação singela, para arruinar essa linha de pensamento, pois desde quando há segunda chance após a morte? Então, não há coerência nesse ilusório que contradiz a Lei de Talião.

Outra coisa que é deveras importante ressaltar, no que condiz à fé, é a crença islâmica. Posso eu, sem medo de um futuro remorso, tornar-me uma mulher bomba e explodir uma penitenciária brasileira e acabar com a vida de milhares de pessoas, não porque sou a favor da pena de morte, mas porque acredito que assim, estou fazendo bem a elas (uma desculpinha bem elaborada para aliviar o bolso dos pobres trabalhadores brasileiros). Os teólogos islâmicos do século XXI confirmam que não só o suicídio, mas como também o martírio, são formas de adiantar a ida dos humanos ao paraíso. Isso é fato. O hijad é prova disso.

Certa vez, em uma entrevista feita por um repórter da BBC com Ernesto Guevara de la Serna, nosso querido Che, o revolucionário respondeu uma das perguntas, perguntando se “O povo deve temer seu governo, ou o governo deve temer seu povo?”, indagação que abarca a ideia fundamental que tenho em relação à pena capital: que a população precisa ter um sério respeito para com as leis, que a pena pode não acabar com o crime hediondo contra a vida por motivo torpe e fútil, mas ela por ser intimidativa, vai reduzir a sua incidência e acabar com a reincidência dos criminosos cruéis. Por que o assassino frio e calculista que mata com torpeza e futilidade tem o direito de continuar vivendo? Que máxima humanística ou jurídica é essa que continua a defender quem tirou o direito de outrem de viver?

Portanto, a mudança é necessária e se houver seriedade, muitas injustiças serão eliminadas. Basta que não seja colocado na guilhotina o homem que capturou uma manteiga no mercado da esquina e que o desgraçado que torturou, molestou e traumatizou seu filho não continue fazendo sermões em um altar nos domingos de manhã.

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